terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Aprendendo com a vida

Esse texto é muito interessante,me fez parar por alguns minutos para refletir sobre mim.E, aposto que muita gente está inserida no contexto dessa história e não se deu conta disso.LEIAM-NO!!!!

A questão agora é o que aprendemos e o que não aprendemos com o que acontece com as nossas vidas. Ou seja, além de não aprendermos com os erros dos outros, ignoramos nossos próprios erros e, não nos permitimos enxergar o que está acontecendo, em que terreno estamos pisando, onde estamos amarrando nosso burro!

Você certamente já leu a respeito ou assistiu a filmes que tratam do tema. Devem também se lembrar de amigos ou de situações que reforçam a questão. Então aqui vai: por que afinal nada aprendemos com o que nos acontece?

Bem, vou dar um exemplo fácil de entender... Esta semana, conversando com uma amiga, ela me mostrou uma caixa com mais ou menos 10 multas de trânsito. Ela as havia recebido nos últimos meses - e, num ímpeto de negação - simplesmente as guardava sem nem mesmo abrir.

O fato é que, para ela, negar o recebimento das multas, parecia de algum modo amenizar sua dor, seu dissabor, que pasme: a levou a ter a carta cassada.

Caixa de Pandora
Enfim, nos encontramos, ela me mostrou a caixa e a convenci a abrir uma a uma para entender os motivos, aprender com cada um deles e parar de repetir o erro indefinidamente - ou seja - abrir mão da punição. A caixa foi aberta e as multas observadas. Como era de se esperar, 90% delas eram de um único endereço. Na avenida x, na altura do número tal, ela costumava entrar em uma faixa proibida - e, dessa forma, multa! Ou seja, 10 multas depois, ela compreendeu que se tivesse se dado ao trabalho de olhar o problema logo na primeira vez - e tomado uma atitude - ela não cometeria mais a infração e teria economizado tempo, vida, sossego, dor, desconforto, etc.

E por que fazemos isso conosco? Por que não encaramos nossos problemas? Por que deixamos que tudo tome uma proporção tal que nada mais há a fazer se não chutar o balde, o outro, a situação, a vida toda? Pois é, tudo está ligado ao amadurecimento emocional. Com o que podemos ou não podemos lidar. Em alguns casos, emocionalmente não estamos prontos para lidar com certas desilusões. Não estamos prontos para enfrentar nossos próprios problemas. Então, podemos agir de duas formas:

- Fazemos de conta que não está acontecendo. Não tomamos qualquer atitude. Como essa minha amiga - guardamos tudo em uma caixa de pandora que, quando aberta, bom, quando aberta, sai de perto.

- Buscamos ajuda para mudar um comportamento vicioso e para aprender a lidar com o que não podemos. Buscamos ajuda para nos conhecer melhor. Para entender até onde podemos caminhar, para nos posicionar.

- Explodimos e jogamos tudo fora. A escolha é sempre de cada um e o maior transtorno é que, muitas vezes nem mesmo sabemos que temos escolha. Vivemos como se tudo estivesse normal. Achamos normal sofrer, achamos normal sentir dor, achamos normal deixar as multas chegarem e não fazermos nada. Achamos normal deixar tudo como sempre está ou foi.

Adotamos essa "normose" e nos sentimos confortáveis - pelo menos por um tempo -, até que, de repente, explodimos. E então, salve-se quem puder. Nesse caso, além de não aprendermos nada com a situação, não fica nada. Não resta o lado positivo, o aprendizado, o problema. Ficamos sim com uma sensação horrível de perda de tempo, de que o outro ou a situação eram os únicos culpados, e demoramos demais em nossa inércia e nos isentamos. Então teremos mais dor no futuro, nas próximas relações e o problema, de certo, ainda continuará conosco! E nós continuaremo com nossa forma imatura de lidar com nossas questões e negar a vida.

Ter, 01 Dez, 02h15

Por Sandra Maia*/Especial para BR Press



Sandra Maia é autora dos livros: Eu Faço Tudo por Você - Histórias e relacionamentos co-dependentes e Você Está Disponível? Um caminho para o amor pleno. Fale com ela no e-mail smaia@brpress.net.